Cresce desconfiança na IA entre brasileiros, revela pesquisa
Recentemente, o Instituto Locomotiva divulgou uma pesquisa interessante que mostra como a confiança dos brasileiros em relação à inteligência artificial (IA) tem diminuído, mesmo com o avanço dessa tecnologia em várias áreas na nossa vida.
Os números são surpreendentes. Embora 82% dos brasileiros confessam já ter utilizado IA, o apoio a essa tecnologia caiu bastante entre 2021 e 2025. As áreas onde essa queda é mais marcante incluem redes sociais, plataformas de streaming e a condução de veículos autônomos. Conversando com amigos, dá pra notar essa desconfiança: quem nunca ficou com um pé atrás ao pensar em deixar um carro se dirigir sozinho?
Quando analisamos os dados, percebemos que dirigir veículos autônomos é o setor que gera mais ceticismo. Apenas 24% dos entrevistados estão totalmente contra a medida, enquanto 51% apoiam a ideia de alguma forma. Em 2021, esse apoio era de respeitáveis 67%! Isso mostra que, com o tempo, a preocupação só crescê.
Outro ponto que chamou atenção foram as redes sociais. Entre uma amostra de 1.499 pessoas entrevistadas recentemente, a aprovação na utilização de IA nessa área caiu de 73% para 57% nos últimos quatro anos. Para diversos outros segmentos assessores de IA, a tendência foi similar, embora com variações menores. Por exemplo, no atendimento telefônico e nas sugestões de tratamentos, o apoio ficou em 61%. Já nas recomendações de filmes, a aprovação chegou a 79%.
Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, enfatiza que a IA tem potencial para ser “útil, acessível e transformadora”, mas é fundamental que seu uso seja feito de forma mais consciente. Ele alerta que, ao deixar a IA pensar por nós, corremos o risco de alimentar informações erradas e enviesar decisões importantes.
A pesquisa veiculou resultados sobre o conhecimento da IA de acordo com a renda. Enquanto 81% dos entrevistados das classes A e B (com renda mensal acima de R$ 8 mil) afirmaram conhecer bem a tecnologia, essa taxa cai para 66% nas classes D e E (com renda abaixo de R$ 2 mil) e 73% entre os que estão na classe média. Isso revela uma disparidade no entendimento da IA entre diferentes grupos socioeconômicos.
A pesquisa foi encomendada pelo Instituto Inteligência Artificial de Verdade, fundado por dois especialistas na área, e tem o apoio de personalidades como o apresentador Luciano Huck. O Instituto divide a IA entre “de verdade”, que traz benefícios, e “de mentira”, que pode gerar problemas, como fake news e manipulações.
Um exemplo do que é considerado uma “IA de mentira” é a recente acusação da Venezuela, que apontou que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, teria usado a tecnologia para forjar um ataque a uma embarcação. Essas questões levantam debates importantes sobre onde estamos colocando nossa confiança quando se trata da tecnologia que utilizamos no dia a dia.